terça-feira, 24 de abril de 2012

China: Ovelha transgénica com gordura "boa" para o coração

Peng Peng, a ovelha geneticamente modificada

Cientistas chineses anunciaram hoje a criação de uma ovelha geneticamente modificada que tem no corpo gordura polinsaturada que normalmente só se encontra em peixes e verduras.

Para conseguir este animal, os cientistas clonaram uma ovelha mas no processo incluiram um gene retirado de um verme, noticia a Reuters.

O gene do verme da espécie 'Caenorhabditis elegans' foi inserido numa célula da orelha de uma ovelha adulta que depois foi usada para fertilizar um óvulo, colocado no útero de outra ovelha, onde foi gerado.

Daqui nasceu Peng Peng, no dia 26 de março, pesando 5,74 kg, num laboratório da cidade de Urumqi, oeste da China. "Está a crescer bem e está saudável, como uma ovelha normal", garantiu à Reuters Du Yutao, líder da equipa de investigadores do Instituto de Genética de Pequim.

A ideia, dizem os cientistas é criar animais cuja carne, por incluir um tipo de gordura mais saudável, ajude a combater os problemas cardíacos. Resta saber se o processo de manipulação genética não inclui outros efeitos secundários.

Fonte: DN.PT

sábado, 21 de abril de 2012

Raça ameaçada: Porco Alentejano em risco


O Porco Alentejano corre o risco de se tornar numa raça "muito ameaçada" a "curto prazo", com muitos produtores a abandonar o sector e o efectivo reprodutor a diminuir devido à "forte quebra" da rentabilidade da actividade. 

"Corremos o risco de chegar a um limiar de menos de cinco mil porcas e passar para a classificação de raça muito ameaçada", disse à agência Lusa o secretário-geral da Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano, Pedro Bento.

O efectivo reprodutor de Porco Alentejano, reconhecido pelas suas pele preta, cabeça comprida e orelhas pequenas e pelo sabor suculento da carne, era de 12 mil porcas em 2007, mas tem vindo "a cair a uma velocidade muito grande".

Actualmente, o efectivo está perto das seis mil porcas e, "se não se aplicarem as medidas necessárias", chegará "rapidamente" às cinco mil e poderá mesmo ficar abaixo desta barreira, tonando-se uma raça "muito ameaçada", disse.

"Estamos a chegar a um limiar que pode por em causa populações futuras e a diversidade genética" da raça, avisou, explicando que a queda do efectivo deve-se à "elevadíssima" taxa de abandono da actividade.

Muitos produtores têm desistido de produzir Porco Alentejano, devido "à forte quebra da rentabilidade da actividade nos últimos quatro anos", provocada por "condições do mercado, que tem sido muito penalizador", lamentou.

Em causa, além da "crise de consumo", está a venda de carne, "de menor qualidade, que dizem ser porco preto" e não é regulamentada, nem protegida, como sendo Porco Alentejano, o que prejudica a venda de carne da raça suína alentejana de Denominação de Origem Protegida (DOP), explicou.


"Porco Alentejano é a designação da raça, mas o termo popular associado é porco preto", por isso a procura de Porco Alentejano tornou-se uma "oportunidade" para empresas que vendem "produtos que dizem ser porco preto e indexados a novos nomes de peças de carne", como secretos, contou.

Vende-se "gato por lebre", frisou, denunciando que "o chamado porco preto que invadiu o mercado não é Porco Alentejano", que é produzido no Alentejo à base de uma alimentação natural e "teve um crescimento apreciável em vendas até 2007".

A carne que se vende como sendo porco preto é "maioritariamente" de porcos brancos cruzados com Porco Alentejano, fabricados em unidades industriais intensivas e alimentados com farinhas, e grande parte vem de Espanha e a preços mais baratos, disse.

O Porco Alentejano "é único no mundo", mas "o problema" é que "está a ser substituído por um produto altamente barato, de qualidade inferior, que dizem ser porco preto, mas nada tem a ver, e não dá hipóteses de o Porco Alentejano chegar ao mercado", sobretudo a restaurantes e grandes superfícies, disse.

O "problema não se limita à raça", porque "se nada for feito" também estão "em causa" a continuidade da produção extensiva de porco alentejano, a ocupação dos montados, as pequenas agro-indústrias, os produtos qualificados de Porco Alentejano e a economia das zonas rurais do interior centro e sul, alertou.

Para resolver o problema, além de "medidas internas que o sector já está a desenvolver", Pedro Bento defendeu uma norma nacional para regulamentar a comercialização e o uso da designação porco preto e ajudas directas ao sector.

Fonte: Correio da Manhã/Wild Zoo



quinta-feira, 5 de abril de 2012

Descoberto o maior animal com penas. Era um dinossauro!


A descoberta de três esqueletos fossilizados na China trouxeram uma revelação: o maior animal com penas que alguma vez existiu na história da Terra foi um dinossauro. Viveu há 125 milhões de anos. 

O corpo, de 1400 quilos e nove metros de comprimento, estava coberto de penugem. O estudo deste gigante com penas é publicado amanhã, quinta-feira, na revista Nature, pela equipa do chinês Xing Xu, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Pequim. 

Já se conhecem dinossauros com penas desde 1996, quando se encontrou na China o primeiro fóssil, o Sinosauropteryx prima, igualmente com 125 milhões de anos. Seguiu-se a descoberta de outros dinossauros, mas todos pequenos, e de aves primitivas suas contemporâneas, que provaram o que há muito tempo se suspeitava: as aves descendem dos dinossauros. 

Agora, os cientistas perceberam que os três esqueletos pertencem a nova espécie de dinossauro carnívoro gigante. Chamaram-lhe Yutyrannus huali, que significa, numa mistura de mandarim e latim, o “belo tirano emplumado”. 


Era um primo afastado do famoso T-rex, embora ambos façam parte do mesmo grupo de dinossauros bípedes que apreciavam carne. Só que enquanto o T-rex viveu nos Estados Unidos até ter desaparecido há 65 milhões de anos, o seu parente chinês foi uma forma mais primitiva, que surgiu antes. 

Mesmo que quisesse voar, o Yutyrannus huali não seria capaz. “As suas penas eram simples filamentos, e não plumas largas que podiam formar superfícies aerodinâmicas. Além disso, era demasiado pesado para voar”, explica ao PÚBLICO um dos cientistas da equipa, o canadiano Corwin Sullivan, também do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia, frisando ainda que este dinossauro só se relaciona de forma muito distante com as aves.