quinta-feira, 21 de junho de 2012

Fosséis com 47 milhões de anos: Tartarugas apanhadas em sexo pré-histórico


O par de tartarugas a copular: a  fêmea, maior (à esquerda) e o macho, menor (à direita)

Ella Fitzgerald enumera: pássaros, abelhas, até moscas amestradas. “Let’s do it, let’s fall in love”, sugeria a cantora, que agora podia acrescentar, nesta lista de animais que se apaixonam, as tartarugas extintas. Não que o sexo pré-histórico seja questionado, mas pela primeira vez descobriram-se fósseis de vertebrados que estavam, literalmente, a "fazê-lo" quando morreram.

É sempre um grande achado quando os paleontólogos encontram fósseis de dinossauros a lutar entre si ou a cuidar do ninho, ou de peixes que morreram engasgados quando se aventuraram a tentar comer presas grandes. “Uma razão para este tipo de fósseis ser tão raro é que normalmente os animais não morrem durante tarefas do dia-a-dia”, explica o artigo de Walter Joyce e colegas, publicado na revista Biology Letters. 

Este tipo de fósseis dá aos investigadores pequenos retratos do comportamento de espécies que se extinguiram há milhões de anos e cujo quotidiano é desconhecido ou permite, em grande parte, a especulação.

Já se tinham encontrado insectos preservados em âmbar, que copulavam quando foram engolidos por resina. Mas é a primeira vez que se encontra o mesmo tipo de situação em vertebrados. A equipa de Walter Joyce, da Universidade de Tubingen, na Alemanha, estudou nove casais da espécie de tartarugas extintas Allaeochelys crassesculpta, que foram encontrados nos sedimentos do local fossilífero de Messel, entre as cidades alemãs de Darmstadt e Frankfurt.

Há 47 milhões havia um lago neste local, que estaria numa região de emissão de gases vulcânicos, o que tornaria as águas mais profundas do lago sem vida. De vez em quando, e por motivos que não são unânimes, a fauna que vivia na região era afectada e morria em massa. O que explica a existência de tantos fósseis nas camadas da rocha sedimentar que fizeram de Messel Património da Humanidade pela UNESCO, e o local da Terra que melhor retrata o Eocénico, a época geológica entre os 55 e 37 milhões de anos.

A Allaeochelys crassesculpta era uma tartaruga aquática que não ultrapassava os 25 centímetros de comprimento. Os machos eram 17% mais pequenos do que as fêmeas. Por isso, os investigadores conseguiram identificar que cada par encontrado era uma fêmea e um macho.

Sete dos nove casais de fósseis das tartarugas estavam em contacto pela região da cauda. Em dois deles, o contacto era mais estreito, e a cauda do macho estava enfiada por baixo da carapaça da fêmea, uma indicação clara de que estavam a copular quando morreram.

Mas por que se deixaram morrer enquanto faziam amor? A Allaeochelys crassesculpta faz parte de um grupo de espécies que perdeu as escamas e passou a ter a pele nua para poder respirar na água. Ou seja, o oxigénio da água atravessava a pele e era incorporado no sangue. O resto explica-se pelo que se conhece das tartarugas aquáticas.

“Todas as tartarugas aquáticas acasalam na água. Quando o macho consegue montar a fêmea com sucesso, o casal fica muitas vezes estático naquela posição até se separar. Se o acasalamento se dá numa região de água profunda, é provável que o casal se afunde até profundidades consideráveis”, explica o artigo.

Estaria tudo bem neste “abraço” se, em regiões mais profundas, não houvesse algo que envenenasse as tartarugas. “A pele começou a absorver venenos enquanto se afundavam nas zonas mais profundas do lago, que se tornaram tóxicas devido ao aumento de gases vulcânicos ou devido à queda de matéria orgânica”, sugere o artigo. 

A história pode ter tido um final triste para estes casais. Mas, 47 milhões de anos depois, podemos dizer que as tartarugas extintas, e que chegaram até nós fossilizadas, também se apaixonaram.

Fonte: Jornal Publico

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Rosita": Vaca clonada produz leite semelhante ao humano



Uma vaca clonada por cientistas argentinos com genes bovinos e humanos começou a produzir leite semelhante ao humano com o fim de contribuir na luta contra a mortalidade infantil, anunciou, esta segunda-feira, a universidade que dirige os estudos.

Investigadores argentinos da Universidade Nacional de San Martín (UNSAM) e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) incorporaram na "Isa", uma vaca clonada no ano passado, genes humanos que "codificam as proteínas presentes no leite humano, de alta importância para a nutrição dos lactentes", precisa um comunicado do centro de estudos.

São as proteínas lactoferrina e lisozima, incluídas no ADN da vaca, também conhecida como "Rosita".

"Esta é uma maneira de contribuir para a luta contra a mortalidade infantil, já que uma proteína permite evitar doenças infeciosas do aparelho digestivo e a outra assimilar ferro, ou seja, evitar a anemia nas crianças recém-nascidas", explicou o reitor da UNSAM, Carlos Ruta.

A investigação "não procura substituir o vínculo mãe-filho durante o aleitamento, pois está destinada àqueles lactentes que, por várias razões, não têm acesso ao leite das suas mães", explicou o investigador Germán Kaiser, do Grupo de Biotecnologia da Reprodução do INTA.

Os cientistas conseguiram assim incluir nesta vaca "bitransgénica" os genes humanos no genoma bovino, o que permitiu que as duas proteínas estejam presentes na glândula mamária durante o aleitamento, indicou a universidade.

"Isa", nascida em abril de 2011 no INTA, foi apresentada em junho do ano passado pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que assegurou que se converteria na "primeira vaca no mundo capaz de produzir leite maternizado".

A Argentina entrou no clube da clonagem destinada a criar vacas transgénicas com fins medicinais em agosto de 2002, quando nasceu "Pampa", fruto de uma clonagem realizada por especialistas do laboratório local Bio Sidus com o fim de obter leite bovino com a hormona de crescimento humano "hGH".

As descendentes de "Pampa", a primeira vitela clonada na América Latina, produzem leite de que se extrai essa hormona para produzir a menor custo os medicamentos para as crianças com deficiências de crescimento.

Nos últimos anos, cientistas argentinos clonaram cavalos e touros com o fim de obter exemplares de melhor rendimento.

Fonte: Jornal de Notícias

Tartarugas: Viveram juntas 115 anos mas já não se podem ver

Viveram juntas 115 anos mas já não se podem ver

Os tratadores do zoo de Klagenfurt, na Áustria, já tentarem de tudo, afrodisíacos, terapia de casal, mas Bibi e Poldi não conseguem resolver os seus problemas "conjugais".

Depois de 115 anos juntos, os dois exemplares de tartarugas gigantes de um zoo austríaco decidiram divorciar-se. Segundo o tabloide britânico Daily Mail, chega assim ao fim o casamento mais duradouro do mundo.

Bibi e Poldi chegaram a Klagenfurt há 36 anos, idos da Suíça. Mas os problemas entre os dois só agora parecem ter surgido. Os tratadores garantem que foi Bibi quem tomou a decisão de romper com o companheiro. "Tentámos de tudo (afrodisíacos, terapia de casal) para os ajudar a superar os problemas, mas já nem conseguem olhar um para o outro", explicou um dos tratadores ao Daily Mail.

Já Helga Happ, a diretora do zoo de Klagenfurt explica que é muito difícil dois animais com um tão longo tempo de convívio separarem-se. Mas Bibi e Poldi já não se suportam. E se dúvidas houvesse, basta ver a dentada que Bibi deu na carapaça do companheiro.

Fonte: DN.PT